sexta-feira, 11 de julho de 2008


Mamonas Assassinas


Eu tinha cinco anos na época do acidente dos Mamonas Assassinas e me lembro exatamente de cada coisa que aconteceu naquele dia. Era aniversário de um tio, a festa foi num sítio, ninguém viu televisão naquela manhã, na hora do almoço uma pessoa comentou sobre um acidente de avião que teria matado os Mamonas Assassinas, diante do absurdo daquilo tudo, ninguém acreditou. Voltamos para casa e liguei a televisão, estavam falando sobre o acidente, foi aí que caiu a ficha, todos desabaram, até meu pai, que achava "tudo aquilo uma grande porcaria", estava chocado. Todos chorando, incrédulos. A carreira dos Mamonas acabou do mesmo jeito que tinha se iniciado, de forma meteórica. Como toda criança na época, adorava os Mamonas, e talvez para mim e para o meu irmão, que tinha sete anos na época, o baque tenha sido maior, afinal de contas eles foram os primeiros ídolos da nossa infância.
Ontem, vendo o especial Por Toda a Minha Vida da Globo, isso tudo veio à tona. A tragédia quase anunciada de uma banda que vendeu 50.000 discos por dia e acabou no auge do auge. Ouvindo umas músicas ontem acho, não, tenho certeza, se os Mamonas Assassinas fossem lançados esse ano eu não suportaria ouvir aquilo, mas também não consigo não gostar. Inevitavelmente a visão deles está atrelada à morte prematura de cinco simpáticos rapazes que escrachavam tudo e a todos, e o choque que isso causou em mim aos cinco anos, e hoje, é muito maior do que a simples simpatia ou antipatia ao tipo de música que eles tocavam.



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